MISTÉRIOS DA ALEGRIA (OU GOZOSOS):
“A alegria da vinda de Jesus, o Messias esperado por todos os povos em todos os tempos”.
1º MISTÉRIO DA ALEGRIA: Meditemos sobre a Anunciação do anjo Gabriel à Virgem Maria e a Encarnação do Verbo.
Neste mistério Maria recebe o anúncio do anjo Gabriel: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” (Lc 1,35). Essa passagem evoca o livro do Êxodo: “Moisés subiu ao monte, a nuvem cobriu o monte e a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, nela ficou o monte envolvido durante sete dias” (Ex 24,15-16). Do mesmo modo a “nuvem”, a “sombra” e a “glória do Senhor” cobriram Maria, encheram seu seio virginal e ela tornou-se Templo do Senhor, o primeiro Sacrário do mundo. Nesse “Templo”, nesse “Sacrário” Maria com sua carne revestiu o corpo do seu filho Jesus (a luz do mundo), e o Senhor revestiu Maria com sua Luz e sua Glória. Assim, o Senhor reuniu em Maria, como num sol, tudo o que todos os santos juntos têm de luz e de esplendor, conforme descreve o Apocalipse: “Apareceu no céu uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. E a Mulher estava grávida e deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro” (Ap 12,1.5);
2º MISTÉRIO DA ALEGRIA: Meditemos sobre a visita de Maria Santíssima à sua prima Isabel.
Apesar de trazer o Filho de Deus no próprio ventre, Maria não se instala comodamente nessa sublime honra, mas com o coração motivado pelo Espírito de Deus, pensa em sua prima Isabel que já tinha idade avançada e estava necessitando de sua ajuda. Tais circunstâncias especiais fizeram com que Maria deixasse a cidade de Nazaré e viajasse cerca de 112 Km em direção à pequena cidade da Judéia de nome “Ain Karim”, situada 6 Km a oeste de Jerusalém.
Imaginemos o esforço e o cansaço, frente às necessidades materiais de alimentação e de pousada, a que Maria se submeteu durante quatro a cinco dias da longa jornada pelos caminhos estreitos e íngremes daquela região árida, seca e montanhosa. Seguia apressadamente em direção à casa de Isabel, não para ser servida, mas para servir nas atividades domésticas, acompanhar a gestação de sua prima e, sobretudo, para evangelizá-la e levar-lhe a Boa Nova. Após exaustiva viagem, “Maria entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?” (Lc 1,39-45);
3º MISTÉRIO DA ALEGRIA: Meditemos sobre o nascimento do Menino Jesus em uma gruta, em Belém.
Com a finalidade de coletar impostos, um decreto do imperador romano, determinando a realização de um censo em todo o império romano, fez com que José e Maria deixassem a cidade de Nazaré e viajassem cerca de 112 Km até a pequena cidade judaica de Belém, situada nas proximidades de Jerusalém. Embora o bebê no ventre de Maria pudesse nascer a qualquer momento, eles tiveram que viajar cerca de quatro a cinco dias e, dessa maneira, Jesus nasceu exatamente nos arredores da cidade profetizada para o seu nascimento (cf. Mq 5,2).
Reflitamos também sobre o acontecimento mais importante da história humana: “O Verbo de Deus todo-poderoso, criador de todas as coisas, Senhor do universo, merecedor de toda honra e glória (cf. Jo 1,1-18), nasce escondido numa manjedoura e assume de modo completo nossa condição humana limitada, para trazer-nos salvação. Por isso toda a Igreja se alegra e exulta, porque o Natal é a realização profunda da misericórdia de Deus. É comovente recordarmos que Deus quis se fazer homem, igual a nós em tudo, menos no pecado” (cf. Hb 4,15);
4º MISTÉRIO DA ALEGRIA: A apresentação do Menino Jesus no Templo de Jerusalém.
“Simeão, movido pelo Espírito Santo, profetiza sobre o futuro do Menino e de Sua Mãe. Jesus, que veio para a salvação de todos os homens, não obstante, será sinal de contradição” (Lc 2,34).
“Ele é alvo de contradição porque, enquanto muitos o reconheceram, outros o perseguiram e tentaram eliminá-lo. Por ocasião da visita dos Reis Magos, sabendo que Jesus era o rei de Israel, Herodes decide matá-lO e empreende uma perseguição contra Ele; manda matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo. Maria e José fogem para o distante e desconhecido Egito, terra da qual nem sequer conheciam a língua, levando consigo o menino. Uma viagem longa, difícil, sofrida. Maria a empreende por amor e pela segurança de seu Filho. Jesus também é contradição para o materialismo, ao anunciar a realidade de um Reino que transcende o mundo em que vivemos. É contradição para o individualismo, quando nos apresenta uma fé a ser vivida em comunidade, dentro de uma relação fraterna: “Vós todos sois irmãos” (Mt 23,8; 2,13-23). Também é contradição, pois foi flagelado, cravado numa cruz e tornou-se sinal de paz entre o céu e a terra. Aceitando o próprio sacrifício, santificou a dor e a morte. Deu-lhe sentido, para que pudéssemos nos identificar com Ele nessa hora, transformando a morte em trampolim para a vida nova, eternamente feliz”;
5º MISTÉRIO DA ALEGRIA: Meditemos sobre a perda e o reencontro do Menino Jesus, no Templo de Jerusalém, entre os doutores da Lei
O Evangelho nos apresenta a Sagrada Família no momento em que Jesus completou doze anos. Maria e José, pais de Jesus, vão ao Templo em Jerusalém todos os anos para a festa da Páscoa, e em tudo eles eram obedientes à Lei Mosaica e à Aliança com Deus.
Naquela época era habitual várias famílias reunirem-se em caravanas para fazer a romaria anual a Jerusalém. Costumavam formar dois grupos para caminhadas com duração de quatro a cinco dias: um de homens e outro de mulheres e as crianças podiam ir com qualquer dos dois grupos, razão pela qual passou inadvertida a ausência do Menino na jornada de regresso, na ocasião em que as famílias se reagruparam para acampar no final do dia. Maria e José não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. O Evangelho nos diz que “três dias depois, encontraram o menino no Templo sentado no meio dos doutores da Lei, escutando e fazendo perguntas” (Lc 2,46). Essa era a maneira usual de ensinar da época, por isso se deduz que Jesus está no Templo ensinando os doutores;
ORAÇÃO DE INTENÇÕES:
Ó Deus, Pai de misericórdia e de infinita bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa.
Nós vos suplicamos, ó Pai, bênçãos para que haja paz, harmonia e boas relações entre todos os povos, raças e nações. Que seus governantes, iluminados pela força do Espírito de Deus e conscientes do dever que lhes foi conferido, busquem a dignidade, a liberdade, o respeito à vida, promovam políticas voltadas para o bem comum e criem condições para que se evitem guerras e todas as formas de violência, em todo mundo. Nós vos suplicamos ó Pai, por Cristo Jesus, Vosso Filho, que é Deus Convosco na unidade do Espírito Santo. Amém!